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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Os Exercícios Quaresmais.


OS EXERCÍCIOS QUARESMAIS

Durante estes quarenta dias a Igreja inteira entra em clima de preparação e convida cada um de seus filhos e filhas a fazerem o mesmo na vida pessoal, para chegarem à Páscoa prontos e bem dispostos a renovar a vida cristã. Por aí entendemos bem os apelos do tempo da quaresma. Em todo o período quaresmal renovam-se os apelos à conversão, ao abandono do pecado, à renovação da fé, à produção de frutos de justiça e caridade, a progredir no conhecimento de Jesus Cristo, a corresponder ao seu amor por uma vida santa.

Durante este tempo, a Igreja exorta todos os cristãos a realizarem os "exercícios quaresmais": o jejum, a esmola e a oração. Naturalmente, estes exercícios devem fazer parte da vida do cristão ao longo de todo o ano: mas na quaresma devemos praticá-los mais intensamente, também como forma de penitência. São "remédio contra o pecado", conforme a expressão consagrada pela Liturgia na oração do 3º domingo da quaresma.

Pelo jejum, recordados que "não só de pão vive o homem mas de toda palavra que vem da boca de Deus" (Mt 4,4), somos convidados a desapegar o coração de todos os bens que acaso nos impeçam de amar e servir a Deus acima de todas as coisas. Praticado retamente, o jejum faz sentir a precariedade e a fugacidade da vida neste mundo e ajuda a ordenar nossa existência para Deus. O jejum corporal faz parte das práticas de quase todas as religiões, que lhe dão um significado sagrado. Também a Igreja o indica aos cristãos, especialmente no tempo da quaresma.

Por esmola entendemos a caridade, com todas as suas variantes e implicações. De fato, a caridade "apaga a multidão dos pecados" (cf 1Pd 4,8); ela é sinal da autenticidade da nossa fé em Deus e a expressão mais coerente do seguimento de Jesus. "Quem não ama, permanece na morte pois, como é possível dizer que se ama a Deus, que não se vê, se não se ama o próximo, que é filho de Deus?" (cf 1Jo 4,20).

O exercício da oração indica todas as formas de relacionamento pessoal com Deus. Pela oração entramos em comunhão com Deus, diante de quem nos reconhecemos criaturas e filhos. A oração humilde e confiante é expressão de verdadeira adoração de Deus, que deixa de ser um princípio abstrato, ou uma força cósmica da qual nos queremos apossar e passa a ser reconhecido como um tu pessoal, a quem ouvimos, com quem falamos, que adoramos e louvamos e a quem recorremos com confiança filial. Jesus rezou e ensinou a rezar.

Quem foi à escola recorda que os "exercícios" são parte importante do aprendizado. A vida cristã é dom e graça, que acolhemos com muita alegria e gratidão; mas também é exercitação diuturna, que requer empenho e perseverança. De fato, ninguém está livre de tentação e pecado, de retrocesso e abandono do caminho de Jesus Cristo. Os exercícios quaresmais, transformados em virtude, nos tornam fortes na fé e eficientes nas obras boas, como convém a filhos e filhas de Deus.